Nascida em 1912, gerou três filhas que lhe deram quatro netos. Em Novembro de 2012 festejou o tão apetecido centenário, alegremente rodeada pelos oito bisnetos entretanto nascidos. A caminho dos 102 anos, em Agosto de 2014, a Ti Custódia deixou-nos. Residia no Rossio. Maria Custódia no facebook
Foto difícil de ser datada com precisão, contudo é garantido que este encontro entre amigos comungando dos mesmos ideais políticos aconteceu poucos anos após a Revolução de 74. Três dos retratados já faleceram. A identificação fica, mais uma vez, a vosso cargo. IDENTIFICAÇÃO [da esquerda para a direita]: Eng. José Júlio, Alfredo Gonçalves [Mole], António de Almeida [Vilanova] e Jacinto Matos Pinto [Camilo]
A foto terá um pouco mais de 30 anos e retrata cinco santacombadenses a assistir a um desfile de Carnaval sentados nos muros de protecção da Ponte da Ribeira das Hortas, mais conhecido por Viaduto. A identificação fica a vosso cargo. IDENTIFICAÇÃO [da esquerda para a direita] - António Sousa Morais [Tónio Burro], José Nabais Domingos [Zé do Linho], João Pais Lourenço [Pina], Alfredo dos Santos [Alfredo da Ester] e Delfim Pais de Matos [Pina]
De alcunha " "o Serrote", nasceu nesta cidade no seio de uma familia humilde, mas muito respeitada, " os Cabideques ". Filho de pai barbeiro/carcereiro, cedo seguiu as pisadas do pai e irmãos, na arte da barbearia. Era vê-lo, ora no estabelecimento a ajudar o pai, ou com a maleta dos apetrechos da arte do corte de cabelo e barba ao domicilio. Mas nem sempre foi assim, já com alguma idade veio a enveredar também, pela profissão de ajudante de trolha, mas por pouco tempo. Amigo do seu amigo, o Celestino "Serrote", adorava também o convívio, a pesca desportiva à cana,, o petisco e o seu "copito". Era nessas "alturas", e com os seus inconfundíveis òculos, que gostava de ser saudado por "TININHO", rematando logo com braços no ar, dois passos à "Vira do Minho" e um par de assobiadelas rouquenhas. Tinha por hábito contar as suas "histórias", como a que, um dia resolveu pôr termo à vida debaixo do comboio, lá para os lados da Ponte Vale da Loba. Assim fez, colocou o pescoço no carril, mas ao ouvir o comboio ao longe, " foge serrote, foge serrote, foge serrote" , deu às "de Vila Diogo", não fosse ali perder a sua preciosa vida, debaixo de um "bicho" tão pesado. Luziam-lhe os olhos quando recordava a dança que teve com a mulher de um embaixador, não sei das quantas, que tinha vindo a um casamento da "alta" cá do burgo, e para o qual foi convidado pelo pai da noiva, seu amigo. Era assim o amigo Celestino "Serrote", que durante décadas e como figura típica e descomprometida, dava alegria às ruas da baixa de Santa Comba. Muito apegado à sua mãe Carlota, nunca constituiu familia, nem abandonou a casa que o viu nascer, na Rua Gago Coutinho.
Desta figura carismática de longas barbas brancas temos bem em memória a sua enorme serenidade e o tom baixo e pausado da voz, mas sabemos pouco mais, que teria andado por África, que vivia junto ao Hospital e que se chamava Manuel, "Manel Doutor" como era popularmente conhecido. Homem respeitado e que respeitava, era amiúde solicitado para testemunhar actos em cartório pois o facto de se encontrar sempre à mão de assinar, por ali junto ao Palácio, e de possuir sinal aberto (assinatura reconhecida no Notário) aliados à respeitabilidade gozada perante as instituições, faziam dele a mais procurada das testemunhas. Era voz corrente considerá-lo como o recordista do burgo em assinaturas como testemunha nos assentamentos de nascimento.
Na falta de dados, resta-nos descrever a mulher que, de lenço sobre os cabelos e xaile estilisticamente colocado p'los ombros, serviu sempre com um sorriso nos lábios durante uma vida de luta árdua, tacitas de vinho e as mais deliciosas sardinhas em escabeche a pobres e abastados, a cavadores e a letrados, a residentes e viajantes. Marcou uma geração. Era proprietária da taberna "A Canoa" localizada na Almirante Cândido dos Reis, rua quase desconhecida que por força da citada perdeu o nome para Rua da Canoa. Na voz popular, claro, mas não seria descabido de todo que a edilidade revisse a toponímia do local e oficializasse. Tia São Canoa no facebook